sexta-feira, 24 de junho de 2011

"Quem alcançar o fundo de minha alma descobrirá que sou um homem incomum. Depois disso, só resta o meu mistério..."(BAR)

      


       Guardado em mim



Um dia, terei coragem e ousarei estampar em letras grandes os adjetivos hiperbólicos e doces de minha alma. Talvez, estampe a profundidade de meu espírito que tanto pesa nas páginas em que me derramo. Talvez, ponha a nu todas as horas, os dias, as semanas, os anos, a vastidão do tempo em que me dediquei ao meu aperfeiçoamento intelectual e cultural, para tornar-me também mais interessante, desejável, admirável e singular.
Talvez eu faça como fazem tantos outros que pedem um amor e que recorrem à rede virtual desejando tornar concretos laços virtuais. Talvez, me arrisque mais, ou não. Talvez, eu ignore tudo isso e rasgue os meus versos.
Ou talvez não. Talvez me ria da cegueira de tantos corações e me divirta com a ingenuidade de tantos que desejam o ou a salva-vidas de seus corações que vivem à deriva. Talvez, eu simplesmente paciente e me detenha num caminho qualquer...
Talvez, eu me refugie, ou talvez eu exale a delicadeza de minha espiritualidade e continue inquirindo o Absoluto sobre a extensão da injustiça. Talvez, eu apele aos astros, à conjugação dos signos, às cartas que mentem o destino. Talvez, eu levante as saias do futuro, e lhe arranque o pudor, a decência.
Ou talvez deixe a noite inundar-me a alma de alegria ao reconhecer-me em mim mesmo. Talvez, eu morra de paixão por mim. E me ame por toda a eternidade que se derrama em cada nova manhã.
Talvez, assim, ficarei satisfeito.
Certamente mais contente, morando em mim, onde não me perco.

Um comentário:

  1. ...morando em mim, onde eu não me perco.

    Nooossaaaaa!Como eu queria poder dizer isso. Morar em mim é perder-me a cada segundo.Não sei se , um dia, vou conseguir me achar...rs.

    beijos.

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