Guardado em mim
Um dia, terei coragem e ousarei estampar em letras grandes os adjetivos hiperbólicos e doces de minha alma. Talvez, estampe a profundidade de meu espírito que tanto pesa nas páginas em que me derramo. Talvez, ponha a nu todas as horas, os dias, as semanas, os anos, a vastidão do tempo em que me dediquei ao meu aperfeiçoamento intelectual e cultural, para tornar-me também mais interessante, desejável, admirável e singular.
Talvez eu faça como fazem tantos outros que pedem um amor e que recorrem à rede virtual desejando tornar concretos laços virtuais. Talvez, me arrisque mais, ou não. Talvez, eu ignore tudo isso e rasgue os meus versos.
Ou talvez não. Talvez me ria da cegueira de tantos corações e me divirta com a ingenuidade de tantos que desejam o ou a salva-vidas de seus corações que vivem à deriva. Talvez, eu simplesmente paciente e me detenha num caminho qualquer...
Talvez, eu me refugie, ou talvez eu exale a delicadeza de minha espiritualidade e continue inquirindo o Absoluto sobre a extensão da injustiça. Talvez, eu apele aos astros, à conjugação dos signos, às cartas que mentem o destino. Talvez, eu levante as saias do futuro, e lhe arranque o pudor, a decência.
Ou talvez deixe a noite inundar-me a alma de alegria ao reconhecer-me em mim mesmo. Talvez, eu morra de paixão por mim. E me ame por toda a eternidade que se derrama em cada nova manhã.
Talvez, assim, ficarei satisfeito.
Certamente mais contente, morando em mim, onde não me perco.
...morando em mim, onde eu não me perco.
ResponderExcluirNooossaaaaa!Como eu queria poder dizer isso. Morar em mim é perder-me a cada segundo.Não sei se , um dia, vou conseguir me achar...rs.
beijos.