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segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Viver é conhecer. (Maturana)

 



Um olhar sistêmico sobre a vida


Há beleza no conhecimento! A beleza do conhecimento encanta (joga canto para dentro da alma!). A cognição não é um apanágio da espécie humana. A cognição se identifica com o próprio processo de viver. Viver é conhecer, como disseram Maturana e Varela. Nietzsche tinha razão, quando disse, a seu modo, que é todo o corpo que conhece. Sim, a cognição não é uma representação de um mundo que existe de modo independente dos organismos vivos que com ele interagem de várias maneiras. A cognição, longe de expressar as interações vitais de um sistema vivo com um mundo objetivo que existe independentemente dele, é um contínuo dar à luz um mundo por meio do próprio processo de viver. Sim, nós, macacos pelados, também damos à luz um mundo; mas não há “o” mundo, mas muitos mundos. Somos partes de um ecossistema cujos organismos vivos dão à luz seus mundos, uma multiplicidade de mundos, que se abre em seus atos de cognição. A visão sistêmica da vida nos ensina que o animal humano é meramente um fio da teia da vida, que seu mundo - o mundo da cultura, o mundo das instituições humanas - é apenas um dos múltiplos mundos desse vasto e complexo ecossistema. A nova ética do além-do-homem deve orientar-se pela solidariedade orgânica, ecossistêmica e pela humildade, em atos contínuos de recordação de nossa pequenez e participação filogenética na trama da teia da vida.