domingo, 1 de maio de 2022

“O Brasil, último país a acabar com a escravidão tem uma perversidade intrínseca na sua herança, que torna a nossa classe dominante enferma de desigualdade, de descaso.” (Darcy Ribeiro)

 









BRASIL, A PÁTRIA DE TODOS AMADA 

 

 

Faz algum tempo, tenho me ocupado em ler livros que versam sobre economia. Incorporando essa prática ao conjunto de meus diversificados interesses intelectuais, meu objetivo é tornar-me um pouco menos ignorante nessa matéria à proporção que vão se me tornando claros não apenas os conceitos econômicos com que trabalham os economistas (superávit primário, deflação, mercado, riqueza, renda, dívida pública, capital de giro, etc.), mas também os mecanismos, as relações, os eventos econômicos subjacentes à vida social e responsáveis pelas mudanças que percebemos e sentimos em nossa vida e na vida da classe social a que pertencemos. Por exemplo, quase todo brasileiro, desde cedo, aprende que, no Brasil, quem paga os maiores impostos são os pobres. Isso é verdade. Mas a maioria da população brasileira não sabe por que isso acontece e como acontece. À medida que vou desbravando as terras da ciência econômica, um mundo novo se ilumina, se esclarece aos poucos para mim, mas, ao mesmo tempo, também vou tomando consciência do quanto desse mundo permanece sob o véu da ignorância, permanece na obscuridade para o homem comum no dia a dia. Fico atônito em face da quantidade de conhecimentos econômicos que permanecem ocultados, que, se fossem acessíveis à grande maioria da população, talvez ela tivesse mais poder nas decisões políticas, talvez não aceitasse tão docilmente as condições de injustiça em que vive; talvez não consentisse com o sistema de dominação social e econômico que a mantém privada do acesso a maiores porções da riqueza produzida em sua sociedade. Ao compartilhar um pouco do que sei, tenho em vista aqui, especialmente, a parcela da população que apóia o atual governo de Jair Bolsonaro; penso em todos aqueles que se aglomeram em seus “cercadinhos”, a maioria dos quais homens e mulheres da classe média que se formou historicamente, no Brasil, distinguindo-se das camadas populares pelo tipo de socialização de seus membros, os quais se beneficiam do privilégio da educação, de uma escolarização maior do que aquela que possui (ou não possui) os membros das classes inferiores, embora uma grande parte do eleitorado de Bolsonaro inclua também indivíduos muito mais velhos sem grau de escolarização superior. Seja como for, o que dou a saber não é parte do conhecimento de mundo de uma maioria esmagadora de nossa população. Antes, portanto, de defender um líder político que, para mim, é indefensável, por inúmeras razões que não vêm a propósito enunciar agora, acho importante atentar para o que se segue.

Acho, politicamente, que, considerando a realidade social e econômica de um país como o Brasil, marcada por grandes desigualdades em termos de distribuição de renda e riqueza, o melhor a fazer é eleger candidatos a cargos públicos dispostos a organizar um Estado forte que não ceda ao engodo dos proprietários dos meios de produção e de terra (talvez, o melhor a ser feito fosse deflagrar uma revolução social para derribar os poderes neoliberais e recriar todo um aparelho de Estado que, há décadas, é subserviente à lógica do capital financeiro, mas isso é uma utopia num país de sucessivos atrasos sociais e econômicos como o nosso). Mas o que ganhamos com um Estado mais forte e eficiente? Vejamos.

Disse, inicialmente, que, no Brasil, quem paga os impostos mais altos é a classe trabalhadora. En passant, devemos saber que “impostos” são o mecanismos mais eficazes, nas sociedades modernas, para a promoção da redistribuição de riqueza e igualdade social e econômica. Acontece que, desde a época dos Grandes Descobrimentos que marcaram a modernidade, sempre que novas tecnologias acenam para oportunidades de geração maior de riqueza, os membros dominantes da comunidade, ou seja, os donos dos meios de produção, os capitalistas, convencem o poder público (Estado) da importância de fazer investimentos. Mas tais investimentos que carreiam a promessa de gerar mais riqueza para TODOS os membros da comunidade envolvem risco. Como o poder público é o sujeito interessado em alocar e distribuir a riqueza produzida para a comunidade como um todo, cabe a ele investir. Assim, pressionado pelos donos do capital, o poder público aceita fazer o investimento, mas há um problema: faltam os recursos necessários. O poder público não dispõe da riqueza suficiente para tal aventura em nome do “progresso” que beneficiará a “todos”. A solução, então, é a contribuição conjunta dos donos dos meios de produção, que investiriam parte de sua riqueza. Mas é, nesse momento, que as relações de poder mudam em favor dos mais poderosos economicamente. Os donos dos meios de produção, em vez de investirem parte de sua riqueza, correndo o risco de perdê-la, EMPRESTA suas riquezas ao poder público! (começa aí o tal “endividamento público”, ou a tal “dívida pública”). Mas, nesse mecanismo de endividamento do poder público, há que acrescentar um ingrediente. Os recursos obtidos pelo Estado por concessão dos donos dos meios de produção, em vez de serem utilizados para o tal “progresso”, que deveria beneficiar a todos, são empregados em iniciativas que beneficiam majoritariamente os mais ricos. Por exemplo, são utilizados para fornecimento de energia elétrica ou para a pavimentação de ruas em regiões onde residem os ricos ou onde se acham suas fábricas. Assim, deixa-se de gastar com a melhoria de vida de quem mora nas periferias, de quem é mais pobre. Os donos dos meios de produção encontraram um meio de fazer com que o Estado faça por eles e ainda lhes pague por esta obra (através dos juros da dívida). Vejam bem! Mais do que conseguir fazer a obra de que necessitam sem gastar um centavo, os capitalistas ganham dinheiro depois que ela é feita.

O endividamento do poder público significa também que uma parte da riqueza gerada pela comunidade (quem gera a riqueza são as classes trabalhadoras!) e arrecadada em benefício de “todos” acaba por fluir para as mãos de uma minoria já economicamente privilegiada, através do pagamento da dívida contraída. - Deu para entender? Quer que eu desenhe? - Tendo contraído a dívida com os donos dos meios de produção e das terras (“os tais parceiros da iniciativa privada”), o poder público só pode saldá-la de duas formas. A primeira forma é aumentando os impostos, ou seja, aumentando a porcentagem com que cada membro da sociedade deve contribuir sobre as riquezas que gera ou sobre as que tem em estoque. A segunda forma é pagando com riquezas que já foram acumuladas no passado pelo trabalho de toda a comunidade e que deveria ser utilizada para a melhoria das condições de vida da comunidade. Mas agora esse compromisso é desfeito, já que o poder público tem de atender a um compromisso assumido “ingenuamente” que se apresentava como um grande benefício para todos. Endividado, o poder público, porque tem de pagar juros sobre juros, possui uma quantidade de riqueza menor do que antes, que é insuficiente para saldar suas próprias dívidas, tais como pagar seus funcionários públicos, fornecer serviços de saúde, moradia e educação à população, etc. A capacidade de investimento do poder público foi enfraquecida. Mas toda a comunidade continua carecendo de investimentos; afinal, a riqueza existente está sendo consumida e isso pode trazer sérios prejuízos sobretudo àqueles que não detêm nem terras nem os meios de produção (eu e você, caro leitor trabalhador!). De agora em diante, tanto o governo quanto a comunidade passam a ficar dependentes dos donos das terras e dos meios de produção (que formam o que Ciro Gomes chama de “o grande baronato brasileiro”). Os donos dos meios de produção se tornaram agora o único agente econômico capaz de contribuir com o investimento necessário para gerar riqueza que satisfará as necessidades da comunidade. Percebam que genial é este processo, que TODOS NÓS, trabalhadores, ignoramos ou aceitamos passivamente: esse processo situa quem criou o problema (os donos dos meios de produção e de terras) no lugar de único agente capaz de solucioná-lo. Os donos dos meios de produção são, doravante, os “salvadores” em potencial de toda a comunidade, angariando o prestígio e a estima de todos os membros da comunidade (que, no Brasil, culpam os mais pobres por todos os graves problemas do país!).

Como os donos dos meios de produção se tornaram “os salvadores da pátria”, duas consequências imediatas se impõem. A primeira delas é o aumento do poder de barganha que adquirem os ricos com os atores políticos, ou seja, com os agentes do poder público, justamente com aqueles que ocupam posições de decidir e criar as regras de distribuição de riqueza na comunidade. O poder público se tornou subserviente ao poder econômico dos grandes proprietários do capital (os donos dos meios de produção e de terras). A segunda consequência é a possibilidade de eles se apresentarem como os melhores candidatos para representar os interesses da comunidade em processos eleitorais, já que são os únicos dotados dos meios para salvar a sociedade. Essas duas consequências combinadas produzem as condições perfeitas para que, numa democracia representativa que deveria atender aos interesses de todos, um grupo que só representará os interesses das classes mais ricas seja eleito e passe a ter o poder de definir as regras de distribuição de riquezas, privilegiando os que já a possuem em grande quantidade, sem que a sociedade o conteste. Eis um exemplo dentre as formas pelas quais o capitalismo é nocivo à democracia. O que se configura em países como o Brasil, onde o poder público é subserviente ao poder econômico e político dos proprietários do capital, ou seja, da maior parte da riqueza gerada, é uma falsa ou aparente democracia, hoje, certamente, em frangalhos num país onde vige um governo autoritário e antidemocrático como o de Bolsonaro. Em geral, só nos preocupamos com a defesa da democracia, como acontece no atual momento histórico no Brasil, quando a estabilidade do tripé dos Poderes que constituem o Estado Democrático de Direito é ameaçada, mas a ameaça à democracia no Brasil se dá todos os dias sempre que admitimos as indecentes desigualdades sociais e econômicas, sempre que aceitamos a subserviência do Estado aos interesses dos proprietários dos meios de produção, sempre que nos convencemos de que tirar direitos trabalhistas acarreta melhoria no mercado de trabalho, sempre que culpamos os mais pobres pelos problemas que assolam nosso país, sempre que acreditamos que o único problema a ser combatido no Brasil é a corrupção dos governantes, especificamente a corrupção de um único partido político, etc.

Uma vez que ocupem o poder público, os representantes dos interesses dos donos dos meios de produção e de terras, passam, com frequência, a legislar em causa própria. A primeira medida que adotam é o aumento de impostos, mas não de forma homogênea, é claro. Os impostos que recaem sobre a propriedade de terras e dos meios de produção são menores, já que o objetivo é facilitar o processo de investimento para a geração de novas riquezas. Por outro lado, todos os demais impostos, como os de bens e serviços, que afetam a população, sofrem aumento significativo. O Brasil é um exemplo paradigmático desse processo. A carga tributária no governo Bolsonaro foi a maior dos últimos 12 anos. No Brasil, o imposto sobre terra é irrisório. Os impostos sobre a renda e o patrimônio estão entre os menores do mundo. Em compensação, são altíssimos os impostos que incidem sobre os bens e serviços, e esse aumento impacta negativamente a vida dos mais pobres. A maior arrecadação do país recobre o conjunto desses últimos impostos.

A segunda medida adotada pelos representantes políticos dos grupos mais economicamente poderosos é exigir que o Estado abra mão de suas propriedades e transfira-as aos donos de terras e dos meios de produção, para, assim, quitar suas dívidas, recuperando sua capacidade de investimento necessário para cumprir a sua função de promotor da distribuição de riquezas, através de impostos, em benefício de toda a comunidade. O Estado paga suas dívidas, transferindo aos mais ricos o estoque da riqueza que a sociedade possui: terras, empresas e imóveis. Vejam bem! A RIQUEZA GUARDADA EM NOME DA COMUNIDADE E GERADA COM A CONTRIBUIÇÃO DE TODOS é transferida para as mãos da iniciativa privada. Assim, os mais ricos continuam no controle majoritário do principal instrumento gerador de desigualdade social e econômica numa sociedade: as terras e os meios de produção (empresas e imóveis). Esse processo é conhecido pelo nome de “privatização dos ativos do Estado” ou simplesmente “privatização”. Significa simplesmente vender, em nome do poder público, as riquezas construídas com os recursos de todos, sob o pretexto de devolver ao Estado o poder de investimento necessário para gerar riquezas e atender as necessidades das camadas mais pobres da sociedade. Todo o processo desde o início faz ruir as riquezas da sociedade, as quais passam a ser propriedades dos grupos mais ricos e poderosos. Todo o processo de decisão política da comunidade fica submetido ao poder dos agentes que são donos dos meios de produção (JOVENS, não se iludam com a campanha eleitoral, que os convoca para mudar o futuro do Brasil no simples ato de votar!).

Finalmente, enquanto não se destruir essa estrutura político-econômica de poder dominante, nada mudará no Brasil. Continuaremos a ir coercitivamente à urnas para trocar, de tempo em tempo, as fraldas cagadas do bebê.

Sou pessimista quanto aos futuros do Brasil, sempre adiados. Admiro a resistência de quem acredita que, apostando simplesmente em novos políticos, conseguiremos melhorar a nossa vida individual e a de toda a nossa sociedade. Acho que o capitalismo neoliberal no Brasil será sempre uma opção desastrosa (na verdade, ele o é em grande parte do mundo). Em vez de ficar adorando líderes políticos populistas de espectro progressista ou conservador, deveríamos todos fazer a lição de casa: lutar por uma melhor educação, que emancipe as classes subalternas da opressão social, política e econômica que sofrem. Aos que pertencem à classe média, sugiro que reconheçam que seus interesses são comuns aos dos mais pobres, porque vocês também são trabalhadores assalariados e explorados pela máquina do capital.










O CINISMO DA POLÍTICA BRASILEIRA

 

O cinismo do líder do partido do deputado Daniel Silveira ao justificar a participação deste na CCJ escancara a naturalização da relação simbiótica entre política e corrupção no Brasil, relação esta garantida por um aparelho de regulamentos, normas, regras a cuja letra e poder simbólico os políticos recorrem sempre que lhes é conveniente fazê-lo, porque, afinal, esse aparelho jurídico-administrativo foi feito com uma única finalidade, na prática: proteger juridicamente e politicamente os atores políticos, garantindo a eles as benesses do exercício do poder.

Eis a fala do deputado, líder do partido de que faz parte Daniel Silveira:

“Honestamente, não vi o motivo de tanto alarde ou tanta balbúrdia acerca disso. Se formos analisar a vida de cada deputado e as comissões que cada um compõe, nós encontraríamos muita coisa que não deveria acontecer. Então, ele, repito, está no exercício de seu mandato, livre para exercer o seu mandato de forma plena”.

Deputado Paulo Bengston, líder do PTB - Partido Trabalhista Brasileiro, fundado por Getúlio Vargas com o fito de “servir de anteparo entre os sindicatos e os comunistas".

(Vejam bem! “anteparo entre os sindicatos e COMUNISTAS!”) Hoje, a julgar pela eleição de um Daniel Silveira, a última coisa que o PTB parece representar são os interesses da classe trabalhadora e dos sindicatos!

(Estou rindo 😅😅😅😅😅😅 de nervoso)

 

 

A paixão pela linguagem sussurra-me insistentemente para que eu me ocupe em analisar, servindo-me das ferramentas conceituais dos estudos textuais e do discurso, a fala do deputado. Uma análise que faça ver como o discurso de deputado produz sentido, que exponha os mecanismos sintático-semânticos e as estratégias discursivas, pelos quais um sentido é enunciável, é legível e se pretende seja legítimo, aceito, seria bem oportuna, para mostrar aos não especialistas como o discurso político funciona de modo a legitimar relações de poder, de modo a reproduzir estruturas de dominação social, de modo a servir aos interesses dos sujeitos políticos sempre ávidos de permanecer no poder. Reluto em fazer esta análise agora, pois falta-me o tempo necessário para tanto. Talvez, eu a exponha na forma de um texto mais teoricamente elaborado neste blog. Deixo aqui apenas um convite ao leitor: atente para o uso do adverbial modalizador “honestamente”, que se topa no início da fala do ministro.

Há algo muito interessante no uso de adverbiais moralizadores da classe de “honestamente”. A forma “honestamente” é um modalizador afetivo interpessoal, ou seja, através de seu uso o enunciador projeta um sentimento, no caso de “honestidade”, “sinceridade”, sobre o conteúdo comunicado, qualificado-o como um conteúdo que merece credibilidade por parte do interlocutor, porque quem o produz o faz com honestidade, com o compromisso de que, ao dizê-lo, não mente, está sendo sincero. Pelo uso de “honestamente” qualifica-se o modo como o que se diz é dito (digo x como alguém que está sendo honesto ao dizê-lo), mas também busca-se suscitar no interlocutor a confiança de que o que é dito corresponde exatamente àquilo em que o enunciador acredita. O locutor, ao usar “honestamente”, busca construir uma imagem de si positiva, a imagem de quem é digno de confiança, que emite opiniões transparentes, que diz o que pensa e não falta com a verdade.

Sim, há muita coisa envolvida só no uso de uma única palavra como “honestamente”. Os sentidos produzidos não são autoevidentes, não se encontram esgotados na superfície dos textos como boias flutuando no mar. As escolhas linguísticas que fazemos atendem a determinados propósitos comunicativos. São esses propósitos comunicativos que determinam a escolha entre um lexema e outro, entre um modo de estruturação sintática e outro... E o propósito comunicativo principal do deputado é defender a participação de Daniel Silveira na CCJ. Ao escolher o uso de “honestamente”, o deputado que apoia Daniel Silveira, diz o seguinte basicamente: “o que digo é exatamente o que penso, o que digo é digno de confiança, o que digo reflete o homem honesto que sou, o que digo corresponde ao meu dever de não faltar com a verdade, de não escamotear o que sinto, o que penso, pois falando honestamente sou uma pessoa confiável”.












10 Lições básicas de economia

 

 

1. É impossível falar em igualdade de condições num país como o nosso;

2. As empresas privadas têm um único interesse: o lucro;

3. O capitalismo é e sempre será um sistema econômico no qual pobres trabalham para melhorar a vida dos mais ricos;

4. O custo dos planos de saúde oferecidos pelas empresas a seus empregados é convertido no preço do produto final como se fosse um imposto. As empresas não assumem o custo dos planos de saúde; o que elas fazem é incorporá-lo aos demais custos de seus produtos. Consequentemente, o produto que chega ao consumidor é mais caro.

5. São os pobres que financiam os planos de saúde dos ricos;

6. Os bancos e a elite capitalista são capitalistas no sucesso e na prosperidade; mas socialistas no insucesso e na escassez. Quando quebram, os bancos se socorrem do Estado;

7. A maioria dos países capitalistas do mundo não têm interesse em sobretaxar os mais ricos;

8. O Brasil é o país com a maior desigualdade social do mundo. O 1% mais rico concentra a maior parte da renda total gerada no país. Quando tomamos o patrimônio, constatamos o aumento desse percentual já indecente. 1% dos donos das terras concentra mais de 50% das terras cultiváveis do país. Quando consideramos o volume de dinheiro, o 1% mais rico possui mais reservas acumuladas do que os 90% mais pobres;

9. Os bancos brasileiros cobram mais de seus clientes em taxas bancárias do que tudo o que o país investe em educação e saúde;

10. Os pobres geram riqueza, e os ricos a concentram. Os mais pobres precisam trabalhar para sobreviver. Uma grande parte do que os pobres geram como riqueza para a comunidade, através do seu trabalho, é retida como um acréscimo nas mãos dos mais afortunados. Marx é quem nos ensinou que a relação de trabalho no capitalismo está baseada na extração da mais-valia, ou seja, no sobrevalor produzido pelo qual o trabalhador não é pago. Sim, a quantidade de horas trabalhadas é superior ao valor do salário que é pago ao trabalhador!