Catarse
No inverno, vou aposentar-me do mundo
Saldar-me-á Deus as dívidas à Morte
Rogar-Lhe-ei apenas os benefícios do túmulo
E a certeza de ventura à minha prole
E neste dia, quando mais um leito ocupado
A gênese de minha carne então vencida
As raízes de plátanos terão evolado
A Dor visceral de minha alma enternecida
E a terra merencória de soluços repleta
Semeadora de cadáveres, necrófago ventre
Devora plácida toda carne fria que recende
A podridão protoplásmica que dantes era
O solar adorado dos progênitos do carbono
Necrópole da ventura. Da alma o abandono.
(BAR)
Nossa!
ResponderExcluir'Caí', primeiro, no poema, pois versos sempre atraíram mais que prosa.
Que exploração rica de sentidos! Melancólico, mas lindo soneto!
Parabéns!
Se quiser/puder, me visite: também cultivo esse hábito - que é, similarmente, catártico. =)
Beijo