
O prelado
A vida não são fragmentos de ruídos
É um silêncio que sentimos
E alguns ousam auscultar
Há beleza na dor
Quando a entoa a poesia
A vida em nada se assemelha a ela
Divórcio perene
Escuta o som da vida
Como quem ouve ressoando
O mar numa concha
Chega mais perto e ouve
O silêncio que do ventre da vida
Ecoa
Se incapaz de escutá-lo
Porque és surdo
Néscio!
Ouve a vida contemplando a morte
Vê a dor que se esconde em tua ilusão
Em face da cruz, baluarte do sofrimento
Nega a vida e o adora
A vida e seu silêncio inquisidor
Fluindo as murchas horas
De tua apatia
Repousado sobre a paz
De tua ignorância
A vida transita entre as sepulturas
E os corpos que ali jazem putrefatos
A ignoram como tu o fazes
A eles não resta senão a podridão
E tu que ousas da vida tudo saber
A eles farás companhia
Quando de tua boca silenciarem os estrépitos
Que te tornam cego para o silêncio
Que irradia da vida
(BAR)
Nenhum comentário:
Postar um comentário