terça-feira, 15 de maio de 2012

Maio





Maio

É Maio, as folhas pelos caminhos, caídas
O sol é morno, entre nuvens, malicioso...
Descobre-te sob o véu negro ruinoso
As pregas que te fincaram na face outras vidas

De noite, quando a Lua vê-te assim envelhecida
O olhar imundo, a carne cheirosa já consumida
Pranteia por ti. A timidez da aurora macilenta
Destila-te n’alma o inverno a tristeza benta

E Junho, da solidão engravidado...
Convida-te a cismar ao relento...
Enquanto a teus pés tem o frio acumulado

As folhas quebradiças. E o vento morto
De um Julho negro vindo, inunda-te o rosto
Á noite, deita fria nas desgraças de Agosto.

(BAR)

2 comentários:

  1. ...enquanto os meses decorrem, modorrentos: setembro, outubro, novembro e dezembro, me lembro: melancolia sopra nas folhas - tal vento.

    lindo poema!
    amei as rimas!
    um primor!

    beijo, amigo

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  2. Achei interessante seus textos.
    Recomendo, tb, a visita ao blog A casa de vidro.
    Abraços
    Fernanda Lopes

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