Maio
É Maio, as folhas pelos caminhos, caídas
O sol é morno, entre nuvens, malicioso...
Descobre-te sob o véu negro ruinoso
As pregas que te fincaram na face outras vidas
De noite, quando a Lua vê-te assim envelhecida
O olhar imundo, a carne cheirosa já consumida
Pranteia por ti. A timidez da aurora macilenta
Destila-te n’alma o inverno a tristeza benta
E Junho, da solidão engravidado...
Convida-te a cismar ao relento...
Enquanto a teus pés tem o frio acumulado
As folhas quebradiças. E o vento morto
De um Julho negro vindo, inunda-te o rosto
Á noite, deita fria nas desgraças de Agosto.
(BAR)
...enquanto os meses decorrem, modorrentos: setembro, outubro, novembro e dezembro, me lembro: melancolia sopra nas folhas - tal vento.
ResponderExcluirlindo poema!
amei as rimas!
um primor!
beijo, amigo
Achei interessante seus textos.
ResponderExcluirRecomendo, tb, a visita ao blog A casa de vidro.
Abraços
Fernanda Lopes