domingo, 13 de janeiro de 2013

Era assim que eu a via, aproximando-se distante... e se ia...















A Passante

Passas em opulência desmedida
Não me olhas sequer por um instante
Em teus olhos, a ausência inquietante
Que outrora a plenitude em minha vida

Olhas displicentemente, altiva e muda
A vasta solidão de teus caminhos
E como tempestade sem chuva
Ignoras a quem te amou, te deu carinhos

Tácitas tempestades, o seio assombrado
De um fantasma de amoroso talante
Rugem. Em tu’alma, um mar entrevado

Se estende em trovões de fúlgida rajada
Passas tão fria, numa existência hesitante
Que te sinto tão morta como alma penada.

(BAR)

Um comentário:

  1. Nossa! são tantas superfícies [profundas] nesse teu poema; quanto mais me embrenho, mais se revelam e se entrecruzam imagens e sensações. Arrepiei-me, juro!
    Mais uma vez lembrei Cruz e Sousa. Conhece o 'Alma Solitária'? - acho q é isso. Tem um Quê...

    Beijo, amigo!

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