domingo, 4 de março de 2012

"Escrevendo, vou-me reconhecendo" (BAR)

                                    

                 Labor

Tamanha em mim é a vontade de escrever, que, mesmo desamparado da inspiração, acordo na alma as palavras preguiçosas. Custa-me escrever mais uma linha, mas, ainda assim, prossigo escrevendo. Escrevo apenas para preencher espaços com palavras descompassadas. Escrevo porque tenho necessidade. Porque preciso pôr o dentro no exterior, de modo que quem me lê possa ler-me por dentro. Só me conhecem essencialmente quem me lê, não como quem lê um jornal para informar-se, mas como quem lê poesia (emocionado) e se detém a cogitar da vida sem ter pensamentos.
Leia-me desapegado de preconceitos. Leia-me esvaziado de si e cheio de mim. Minha escrita exige a plenitude do Ser que nos escapa e nos comprime a alma. Encha-a de uma Angústia que reúne a todos nós num mesmo Mistério. Leia-me cheio de Vida ou de medo da morte.
Escrevo para ser mais, para existir mais. As palavras me absorvem, me devoram, me envolvem, me comovem. Escrevo porque sou enamorado da linguagem. Escrevo porque o silêncio me aborrece, me exclui. Escrevo para encontrar-me nos labirintos de minhas inquietações, que pesam. Escrevo porque a vida é frágil; o amor é frágil; o sofrimento, inefável; e o sentimento de mim que me legou a vida é forte, visceral e cálido.

5 comentários:

  1. tento tanto disso tb, amigo...
    incomoda-me [geralmente].

    beijo

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  2. Amiga, lamento que ainda não tenhamos nos encontrado. Isso me aborrece, pois você é uma das poucas pessoas inteligentes, sensíveis e perspicazes ao lado de quem gostaria de estar. Fico imaginando nossas conversas, mesmo as mais triviais seriam mergulhadas no senso de humor que apenas pessoas que se dedicam às atividades do intelecto são capazes de manifestar. Ficou a pulular esta ideia, que ma declarou uma vez uma amiga professora: "senso de humor é sinal de inteligência". É possível ser intelectual e espirituoso, ao contrário do que pareça ao senso-comum.

    Beijos, querida!

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  3. ora, eu fico mais do q honrada ao ler isto... q me falta o verbo.
    e tb lamento esses nossos encontros pendentes. =/

    então, vamos aproveitar q o ano acabou de começar - carnaval, enfim, passou, né? rs - e seremos firmes nas nossas promessas de [todo] ano novo! dentre as quais, uma é marcar nosso café-chopp-lero-lero por este mundo, ok?! ;)

    beijão, dear

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  4. Claro! Sinto-me obrigado a isso! rsrs... Uma obrigação gratificante e agradável, é claro!

    Beijos!

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