segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

"A crença no milagre conduz ao ateísmo e não à fé." (Spinoza)



                           
                              A corrupção intelectual pela fé


Prejuízos acarretados pelo pensamento religioso:

1. Conformação do pensamento ao sistema de crenças;
2. Dificuldade em elaborar ou acompanhar raciocínios que contrariam as crenças estabelecidas no sistema doutrinário;
3. Dependência emocional;
4. Incapacidade de exercer autonomia intelectual.

A experiência que vivi recentemente parece confirmar esses quatro prejuízos. Quando me esforçava para mostrar a incongruência entre a crença de que existe o diabo e a crença de que Deus existe, meu interlocutor foi incapaz de acompanhar-me o raciocínio, muito simples, por sinal. O diálogo sucedeu mais ou menos assim:

Eu – Deus criou tudo que há, digo, o mundo, o universo. Deus é o princípio e o fim de todas as coisas. Antes do universo, havia apenas Deus. Está de acordo?

A – sim.

Eu – Se Deus criou tudo que há (o mundo e o universo), de onde surgiu o diabo?

A – o diabo é um anjo decaído do céu.

(note que não perguntei sobre a identidade do diabo, quem ele é. Perguntei sobre sua origem)

Eu – Não, isso é parte de uma narrativa que nos foi contada nas vivências de nossa fé. Quero dizer como ele passou a existir, se Deus criou tudo que há?

(meu interlocutor foi incapaz de acompanhar meu raciocínio; precisei, então, prosseguir...)

Eu – Bem, se Deus criou tudo que há, é correto concluir que Deus criou o diabo. Você nem nenhum outro cristão aceitariam essa conclusão, é claro.

(prossegui...)

Eu – Mas se o diabo existia junto a Deus e independente de Deus (por alguma razão inexplicável), por que Deus não foi capaz de destruí-lo? Se Deus é todo-poderoso e bom, não deveria ele ter dado cabo do diabo, cuja existência só se destina a fazer o mal?  - e é claro que Deus não é autor do mal e nem pode ser conivente com ele.
Meu interlocutor ficou a me olhar com certo espanto (não sei o que lhe ocorria dentro da cabeça). Não sei se minha tentativa de esclarecê-lo sobre o absurdo da manutenção de duas crenças conflitantes entre si (a de que Deus existe e a de que o diabo também existe) logrou êxito.
Fico pensando que, embora haja certo distanciamento intelectual entre mim e meu interlocutor, tanto eu quanto ele somos seres humanos capazes de usar nossa razão para operar raciocínios dedutivos simples.
Quem acredita num deus todo-poderoso (ainda que essa ideia acarrete outros sérios problemas de lógica) e, ao mesmo tempo, bom não pode, por coerência, acreditar em possessões demoníacas. Afinal, se possessões demoníacas são possíveis, então o demônio existe e Deus é incapaz de extingui-lo. Logo, Deus não é onipotente. Se é possível ao demônio apossar-se de nossos corpos, a fim de nos prejudicar, e Deus o permite, então Deus não é bom. É forçoso concluir que as crenças no diabo e em Deus são inconciliáveis. Se alguém crer que um Deus tal como é representado pela teologia cristã existe, não pode acreditar na existência do diabo.
Eu defendo que o problema maior da fé é que ela sustenta certo número de crenças que se sedimentaram na mente de uma pessoa e que se conservam ao abrigo da reflexão. Ou seja, esse conjunto de crenças se engessa e não é, em momento algum, submetido ao crivo da crítica (entenda-se “ao exame racional”). Por outro lado, também defendo que a fé se sustenta  não só na ignorância do fiel sobre a História de sua própria fé (ele desconhece, em geral, como o seu livro sagrado veio a se tornar um livro; como sua religião se constituiu através dos séculos, etc.), mas também sobre as formas de funcionamento do mundo. Não pretendo aqui demonstrar de que maneira o conhecimento histórico sobre a religião cristã contribui para a formação de uma consciência crítica. Mas eu acredito que saber coisas do tipo “como se deu a constituição do cânone do Novo Testamento”, “que os quatro evangelhos que entraram para o cânone não foram redigidos pelos supostos apóstolos de Jesus”, “que tais escritos que hoje figuram em nossa Bíblia são produtos de um trabalho incansável de copistas (que produziram cópias de cópias) e que os originais se perderam”, etc, levanta, ao menos, uma suspeita quanto à credibilidade dos registros dos atos de Jesus, e  também quanto ao valor de verdade das lições teológicas que encontraram alicerce nesses textos falsificados. Acrescente-se a isso o saber sobre a existência de milhares de cristianismos primitivos, como as seitas gnósticas, que competiam com a forma de cristianismo ortodoxo que ia se desenvolvendo e que acabou sendo a forma vitoriosa.
O religioso acredita, por exemplo, em milagres, mas ignora que, ainda que ore, uma pessoa cujas pernas foram amputadas não terá seus membros originais restituídos (digo, ele poderá orar e não verá com os próprios olhos as pernas dessa pessoa crescendo novamente com perfeição, como acontece com o rabo da lagartixa, que se regenera, depois de ser cortado). Mas ele também precisa ignorar, por exemplo, que a natureza não é perfeita. Na verdade, ele se alimenta da ilusão de que ela seja perfeita em algum sentido. No entanto, os furacões destroem cidades e matam pessoas inocentes. Um meteorologista lhe daria uma explicação adequada sobre o que são os furacões e sobre suas causas. Se ele perguntasse a um padre como explicar que existam furacões num mundo criado por um Deus bom, o máximo que poderá ouvir é “isso é um mistério”. É claro que não há mistério nenhum. Um mundo com fenômenos naturais tão nocivos e desastrosos, repleto de doenças – um mundo em que as bactérias é que predominam, quantitativamente, sobre todas as outras formas de vida mais complexas, causando-lhes sérios danos – não pode ser um mundo criado por uma divindade boa. Isso é uma evidência inconteste de que não existe deus nenhum. Olhe para o mundo! Leibniz estava errado: não se trata do melhor dos mundos possíveis. Qualquer um de nós, sem muito esforço poderia imaginar um mundo melhor. Por exemplo, um mundo onde as pessoas nascessem sem doenças congênitas seria melhor do que este mundo em que crianças (milhares delas) nascem com doenças congênitas. O sofrimento dessas criaturas inocentes é injustificável. A implicação disso é clara (ou deveria ser). Se Deus é o responsável pela encarnação de cada um de nós (penso que não seria errado assumir, em consonância com o pensamento cristão, a crença de que Deus se encarrega de infundir cada alma num corpo, destinando o conjunto à vida, quando da concepção, por um ato sexual entre um homem e uma mulher), por que razão permite que crianças nasçam com doenças congênitas. Se ele criou tudo que há, por que razão encheu este planeta de bactérias e vírus (como o da AIDS), dos quais nem as crianças pequenas estão livres?  Crenças religiosas não descrevem nenhum estado-de-coisas do mundo.
Eu acredito que, se fossem proporcionadas às pessoas que creem em Deus e participam das cerimônias de sua religião, oportunidades de estudar seriamente seus livros sagrados (a Bíblia, em nosso caso) - não com a supervisão de um sacerdote ou líder religioso, cuja intenção, provavelmente, seria moldar o leitor à leitura devocional (e não crítica), mas com o acesso à leitura de outros livros, escritos por especialistas na história do cristianismo e na Bíblia, e que contribuiriam para iluminar esse estudo -, elas poderiam, ao menos, tirar conclusões por si mesmas e decidir se deveriam permanecer fiéis à crença na existência de um Deus, que, não obstante, veriam, sem muitas dificuldades,  tratar-se de uma construção sócio-histórica e ideológica, ou se deveriam rejeitá-la de algum modo.
Por incrível que pareça, há quem acredite que a amputação de pernas possa ser uma bênção. Não há contra isso raciocínios eficazes. O fato de uma pessoa acreditar que alguma forma de sofrimento, de dano à saúde, ao bem-estar, à vida possa significar algum tipo de benefício para o paciente (no caso, um amputado) é um sinal claro do efeito da contaminação do vírus da fé. O sofrimento passa a ser um valor, ou seja, passa a ser útil. Diz-se comumente que o sofrimento acarreta alguma modificação positiva no modo de ser de uma pessoa. Eu diria que isso não é verdade. Há pessoas que, depois de muito sofrer, se tornam amarguradas, se deprimem, se revoltam; outras ainda tentam suicídio. O sofrimento jamais pode ser pensado como valor, como útil ou benéfico, em algum sentido. Todo esforço vital de uma criatura com algum grau de consciência, dotada de um sistema nervoso, será no sentido de evitar o sofrimento. A menos que você seja um masoquista, não encontrará benefício nenhum em sofrer. Mas, é claro, que não escapamos ao sofrimento em alguma medida. O sofrimento tece as malhas da existência. Todas as religiões o reconhecem como um fato incontestável. O problema é que o cristianismo, que se alicerça na crença de que Cristo sofreu e morreu para a salvação de toda a humanidade, ensina que há valor no martírio, no sofrimento. Aos olhos dos cristãos, o sofrimento que se abate sobre um indivíduo deve ser uma razão para que ele não abandone a fé ou a questione. O sofrimento, segundo essa visão indecente, deve justificá-la. A lógica, subjacente a esse ensinamento é: quanto maior seu sofrimento maior deverá ser a sua fé. Se você está sofrendo é sinal de que sua fé está frágil e precisa ser fortalecida. O sofrimento é um sinal para que você se volte para Deus, se resigne ao seu poder; demonstre a ele que você continua confiante na providência dele, apesar de tão pungente sofrimento que sobre si tenha se abatido . Na lógica com que se busca encerrar a consciência humana nos calabouços da fé, o sofrimento é um valor; o sacrifício é honroso. Ou, o que dá no mesmo, o sofrimento é um artifício pedagógico aplicado por Deus para que você "se apresente a ele e se prostre perante sua majestade". Um claro ensinamento formador de consciências submissas, dependentes, aviltadas. 
Ontem mesmo assisti, no programa Esquenta, uma moça cujos membros inferiores foram amputados. Ela é uma atleta paraolímpica, que foi medalhista e conseguiu dar uma casa para a sua mãe. Ela agradecia a Deus a sua condição, porque acreditava que, graças a essa condição, ela pôde realizar o sonho de presentear a mãe com uma casa. Ora, não lhe passou pela cabeça o fato de que era ela mesma a única responsável pelo seu sucesso. Não se deu conta de que seu talento para arremessar discos independe de sua condição como portadora de uma deficiência. Provavelmente, ela conseguiria o mesmo êxito se tivesse as duas pernas. Seu talento  se atualizou não porque ela se tornou uma cadeirante. Seu sucesso aconteceria sendo ela deficiente ou não. Bastaria treinar, se dedicar como todo atleta. Nenhum sucesso compensa as dificuldades que têm de enfrentar pessoas que vivem na condição em que ela vive. Não pode ser ele razão suficiente para preferir a condição de deficiente físico a uma vida sem as dificuldades decorrentes desta condição. Há muitas pessoas que enfrentam tais dificuldades e são desprovidas de seu talento. Possivelmente, possuam outros e o expressarão a fim de superar suas dificuldades.
O valor não está em sofrer, mas na forma como encaramos o sofrimento e nos meios de que nos valemos para suportá-lo ou superá-lo. O valor está no que faremos com os efeitos do sofrimento em nossa vida. Algumas pessoas, como a medalhista a que me referi, não se resignam a chorar o infortúnio de ter suas duas pernas amputadas. O valor está na força com que levamos adiante a vida, apesar dos sofrimentos, às vezes, incontáveis. A psicologia tem um nome para isso: resiliência.
A alienação religiosa se manifesta também nesta outra maneira de interpretar os fatos da vida. A pessoa crê que não é a única responsável pelos seus feitos e passa a atribuir a responsabilidade a um Outro que a transcende (Deus) e se resigna à crença de que esse Deus lançou mão do recurso ao infortúnio, ao sofrimento para beneficiá-la. Novamente, ao sofrimento se agrega valor. O valor humano é mascarado. A verdade é que essa pessoa, como tantos milhares de pessoas, foi capaz de, apesar das dificuldades que teve de enfrentar, superá-las. É isso que devemos valorizar e admirar. Nada disso tem a ver com um propósito divino. Acho extremamente curioso o fato de os religiosos, ao mesmo tempo em que se julgam sabedores da "verdadeira" natureza de Deus, de suas intenções e desejos, quando não encontram, no corpo de crenças em que seu discurso ganha forma e poder, as razões para justificar certas ocorrências do mundo que perturbam o que pensam saber a respeito de Deus, limitam-se a dizer coisas como “Deus age de modo escuso”, ou “não são  claros os seus propósitos”. É nessas ocasiões que a imaginação mostra sua majestade: qualquer um pode especular sobre quais são as intenções de Deus, os modos como ele se relaciona com o mundo, como ele se revela, etc. A história dos cristianismos é uma prova disso. Havia, nos séculos II e III a.C, grupos cristãos que acreditavam que esse mundo fora criado por uma divindade má ou inferior; que o Deus revelado por Cristo nada tinha a ver com a criação do mundo. Dessa forma, eles buscavam explicar por que havia tanto mal e sofrimento num mundo criado por um Deus todo-poderoso e bom (ainda vou escrever um texto tratando deste assunto). O leitor poderá tomar conhecimento dele no livro Evangelhos Perdidos, de Bart. D. Ehrman. 
Creio muito interessante saber como grupos cristãos gnósticos, a fim de sustentar sua fé, lançavam mão de argumentos fantásticos e bem afinados com os seus pressupostos de fé. Assim é que, ao invés de concluir pela inexistência de Deus (coisa inaceitável, evidentemente), recorriam a outras convicções, como a que mencionei. Certos grupos gnósticos assumiram a crença de que este mundo não fora criado pelo Deus revelado por Cristo, mas por uma divindade inferior ou má. Vejamos este trecho em que Ehrman nos ensina sobre o que os gnósticos pensavam sobre nossa natureza e sobre nossa existência neste mundo:

“(...) não pertencemos a este mundo terrível. Viemos de outro lugar, o reino de Deus. Fomos capturados aqui, aprisionados e quando aprendemos quem realmente somos e como escapar, poderemos então retornar para nosso lar celestial”.
(p. 173)



Pelo menos, os gnósticos reconheciam quão trágica é a vida neste mundo, mas não explicavam (até onde eu sei) por que o Deus verdadeiro, que se encarnou num homem a quem tomou para filho, permitiu que uma divindade ignorante e inferior criasse o mundo e aprisionasse nele os seres humanos (e os outros animais também é claro). Penso que não é custoso concluir que, se Deus quisesse realmente fazer-se conhecido da humanidade, se apresentaria de modo inequívoco, pondo a nu suas intenções, esclarecendo a todos a sua magnitude,  impedindo, assim, que muitas visões sobre sua natureza, sobre seus atos e ensinamentos se proliferassem e tomassem formas até conflitantes, ao longo dos séculos.
Se há beleza no trágico, isso se revela na capacidade de os seres humanos trabalharem no sentido de produzir os recursos que os ajudam a superar seus sofrimentos. Evoluímos para sobreviver mais e melhor a uma existência absurda e muitas vezes hostil. Buscamos sentido num Universo sem sentido. Eis a beleza!




7 comentários:

  1. Ontem levantei esse questionamento assistindo ao Programa Esquenta. Porque as pessoas têm a imagem de que deus é um carrasco. Agradecendo, pois se não tivesse perdido uma perna, não teria conseguido a casa sonhada. Então ele não poderia ajudá-la, já que tem esse poder e é tão benevolente, sem tirar-lhe a perna? Fiz esse questionamento com a pessoa que já me confessou que não se sente bem quando ver o meu livro na estante “ deus não é grande” com “d” minúsculo. Rsrsrs...
    Mas é como você diz, a fé se sustenta através do medo que as pessoas tem de questionar.

    Bjusss!

    ResponderExcluir
  2. Religião e fé são para àqueles que para serem virtuosos precisam da intimidação e ameaça do fogo do inferno.
    Religião e fé são para àqueles que para serem virtuosos precisam de algo em troca (vida eterna). Chantagem, portanto, serei isto se me deres aquilo.

    Religião, implica necessariamente na rendição incondicional de todas as inocências e aceitação da imputação do peso da culpa e do pecado, para que então, o clérigo lhe venda em suaves prestações, a redenção de um ser imaginário. Um bebê já nasce com os pecados dos pais por pagar e por obvio, endividado com a santa igreja. Não é um estelionato perfeito? Patético.

    Também, para homens explorarem homens, onde meia dúzia de clérigos vivem nababescas vidas bem terrenas, sem nunca produzir um prego pois há uma horda de cordeiros a fazê-lo em seu lugar. Vivem em seus lindos templos , contemplando seus maravilhosos vitrais pois qualquer coisa menor que isto, seria um insulto ao deus pai.

    Também, para os que não se importam em comungar com rituais bizarros e insanos de canibalismo e vampirismo, ao aceitar que uma bolacha e um copo de vinho é o corpo e o sangue de alguém. Este é o verdadeiro horror da religião, faz com que pessoas perfeitamente sãs e decentes, alimentem ideais e pratiquem atos que apenas um psicopata conseguiria por si só. Se amanhã pela manhã, eu falar algumas palavras em latim para minha panqueca e meu copo de vinho, alegando ser ser o corpo e o sangue do Elvis Presley, provavelmente serei internado como um doido varrido. Se eu me explodir levando alguns comigo, terei 72 virgens no paraíso. tenha a santa paciência para tanta burrice e decrepitude.

    Sem contar os padrecos vagabundos e sodomitas, totalmente hipócritas ao não fazerem o que pregam, "casais e multiplicais" com suas repulsivas conversinhas mansas e suaves de meu irmão pra cá e deus vivo pra lá, quando os pais forem ver já foi. sou a favor de que todos os padres tenham a sua libido neutralizada quimicamente, para que um padre precisa de libido? Para ficar traçando os cordeirinhos do deus, interpretando deturpadamente o "vinde a mim as criancinhas". Sei que para o ateu isto parece sinistro e injusto, afinal nem todos são vagabundos, contudo, para o cristão é perfeitamente comum um inocente pagar pelos pecados do outro. Um bebê já nasce com os pecados dos seus pais por pagar, e por obvio, endividado com o clérigo. Patético.




    ResponderExcluir

  3. BÍBLIA – “Um livro cheio de fábulas e extremamente infantil” Albert Einstein. Para os insones, também, um excelente sonífero de 2000 páginas, garanto que na primeira, pegarás no sono, portanto, 2000 noites de sono garantido. Uma leitura enfadonha, nauseante, muita contradição. Pode ser utilizada como peso de papel, enfeite de estante, peso de porta, como arma, uma “biblibada” na cabeça pode matar, e na ausência de papel higiênico podes começar pelo pentateuco que é bastante sangrento.

    ResponderExcluir
  4. O cérebro humano repete o que ouve, você fala português porque se habituou a escuta-lo e não o francês ou alemão. Se você se deparar com pessoas dando risadas, o seu seu cérebro vai lhe ordenar que lhes acompanhe. Se você se depara com pessoas tristes e chorando, o seu cérebro vai lhe ordenar e também chores. Se você estiver em uma ambiente em que toque 50 uma música que odeias, de repente , mais tarde ao dirigir o seu carro, é possível se veja cantarolando àquela música. Se você se deparar com pessoas correndo em sentido contrário ao seu, com olhar de apavoro, certamente seu cérebro lhe ordenará que faça meia volta e os acompanha. Isto é o instinto animal de auto preservação da manada. O clérigo sabe disto e usa com maestria esta sua fraqueza para lhe tirar alguns dinheiros. Ou pelo menos, para transformar num zumbi adulador, afinal, quem não gosta de ter pessoas babando suas taras em querer ouvir o que você tem a falar.Também está acostumado com mentiras desde a tenra idade, contadas por àquelas pessoas que mais depende e ama, seus pais. Papai Noel, Bicho Papão, Cegonha, Coelhinho etc. Todas as fábulas capturam em sua essência o mecanismo de recompensa mediante um comportamento desejado ou imposição de consequências desagradáveis caso tal comportamento não seja atendido.

    Depois de adulto o cérebro já não consegue mais se livrar desta dependência e a estória da possibilidade de vida eterna mediante algumas condições, caem como uma luva e fazem o maior sentido dentro do sistema cognitivo que se acostumou com esta mecânica. Isto, por meio da indução sugestionamento e doutrinação - eufemismo de lavagem cerebral - ficando limitado pelo senso comum. Muito esforço, haveria de ter, para a libertação desta mazela mental. É uma lástima.

    A mesma metodologia se aplica às religiões e você é cristão e não muçulmano, judeu, indu ou budista, única e exclusivamente porque o Brasil foi colonizado por europeus cristãos. Então veneras o profeta se ajoelhando e falando ao vento.

    Se o Brasil tivesse sido colonizado por Árabes, você veneraria o profeta se prostrando de quatro com a testa no chão e o fiofó pro avesso de Meca e Medina, e clamaria por um tal de Alá que ali nunca está. E isto muitas vezes ao dia.

    Se o Brasil tivesse sido colonizado por asiáticos, você nortearia as suas certezas como base nos ensinamento de um obeso mórbido, que mal e porcamente conseguia controlar o próprio peso.

    Se o Brasil tivesse sido colonizado por indianos, você seria um idólatra da vaca, do rato e do grande "Deus" Macaco Hanumann.

    Se o Brasil tivesse sido colonizado por judeus, você iria para frente de um muro e ficaria se balançando para frente e para trás, e conversaria com a pedra feito um pateta.

    Consegues perceber agora a trivialidade e insignificância de sua crença religiosa? Sendo pois, meramente por uma questão geográfica? Dos mais de três mil deuses adorados pela humanidade ao longo de sua existência, todos eles foram os únicos e verdadeiros, tal qual o seu. E você é ateu em relação à todos. Não é ?










    ResponderExcluir
  5. Sem contar os clérigos sodomitas, extremamente perigosos com suas conversinha mansas e suaves de irmão pra cá e Deus vivo pra lá, quando os pais forem ver, já foi. Hipócritas, que sequer fiéis aos seus próprios dogmas. "casais e multiplicais". Sou a favor de que todos os padres tenham a sua libido esterilizada quimicamente, para que um padre precisa de libido, a não ser para ficar traçando os cordeirinhos de deus e dando uma interpretação deturpada do "vinde a mim as criancinhas". Sei que para o ateu isto soa injusto, afinal, nem todos são bandidos. Mas para o cristão isto é totalmente normal, um inocente pagar pelos pecados do outro. Um bebê já nasce com os pecados dos seus pais por pagar. Faz parte do processo hipnótico onde deve haver a rendição incondicional de todas as inocências e a imputação do peso da culpa e do pecado Mecanismo necessário para o clérigo lhe vender em suaves prestações a redenção de um ser imaginário. Ao constituírem patrimônios, corroboram ser o seu profeta só mais um doido varrido, pois mandava seus seguidores não investirem em terras, gados, nada de cuidar do futuro de seus filhos, apenas segui-lo, porque era a luz, o caminho e ninguém chegaria ao pai a não ser por ele.

    Não era nada exibido o pobre rapaz que no momento da morte gritou "pai por quê me abandonaste"? Morreu para tirar os pecados do mundo mas se arrependeu e ressuscitou, dando um estelionato em seus devotos. O mais interessante que ao ressuscitar, não foi reconhecido por sua mãe, aquela que apesar de ter tido meia dúzia de filhos, é chamada de virgem. Uma ressurreição é a suspensão da lei natural, o que seria mais provável? Um a suspensão da lei natural pra satisfazer a sua crença, ou que você esteja cometendo um terrível engano. Ainda mais, se esta não aconteceu com você e sim porque você ouviu falar. Levando em consideração também, uma ressurreição naquela época e naquele lugar da Palestina.

    Vejam que o tal Jesus ressuscitou, o Lázarus ressuscitou, a filha do Jairo ressuscitou e segundo Gospel, todos os crucificados de Jerusalém se levantaram dos seus túmulos e saíram caminhando pelas ruas. É como se ressurreição fosse algo banal, tal qual estes filmes de zumbis que vemos na televisão.

    ResponderExcluir
  6. Todos os seus comentários, Nilson, foram muito pertinentes. Só não entendi por que razão me perguntou se eu compreendia a insignificância de minha crença religiosa... Eu sou ATEU. E o seu argumento de base histórica tem um peso significativo em qualquer discussão sobre a suposta veracidade do Deus judaico-cristão.

    ResponderExcluir
  7. Hahaha fiquei imaginando a cara da pessoa com qm vc conversava.
    E achei muito espirituosa (e bem referida) a passagem sobre termos sido 'aprisionados' neste mundo aqui. No fundo, faz realmente sentido... hahaha
    Até me lembrei de Cárcere das almas, pérola de Cruz e Sousa.

    Bjos, querido

    ResponderExcluir