segunda-feira, 2 de julho de 2012

"Nem sempre a vida me cai bem; mas nela vou-me apertando" (BAR)


Conciliado


Quero a vida como está

Nada dela espero

Nada ela há de me dar

Porque não necessito



Quero a vida do jeito que é

Instável

Dolorosamente suportável

Não tenho esperança

Deixo-a aos desesperados

Aos conformados



Quero a vida no seu lugar

Nem mais adiante

Onde não existo

Nem lá onde a memória mora

Quero a vida inteira

Não fragmentada



Quero a vida com sua crueza

Desvelada toda vez que a aproximo

Do pensamento

Quero-a nua e isenta de culpa

Doendo no absurdo

Com que me espanto!



Quero a vida apenas

Nada a ela acrescentar

Quero a vida como está

Imersa na minh’alma

Indiferente a mim!



(BAR)

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