Primavera
A tarde. O sol desvela a demência
Que a clausura neste quarto escuso
Causa aos que a Deus em obediência
Amam ao samaritano e ao filho patusco
A noite. A velha bruxa o negro manto
Sobre a alameda gélido estende
Os morcegos descem a sugar o rebanho
Que é imundo e delinqüente!
A manhã. A anêmona a alma inebria
- Filha dos Céus! Leda do Cisne!
Minh’alma é uma obscura
abadia!
O corpo. Ah! deitado em horror e agonia
Decorado com papoulas. E o beijo de Hera
Onírico no ventre pousa: oh! é Primavera!
(BAR)
adorei!
ResponderExcluira captação dos elementos - muito bem observados e descritos - consoante seus respectivos turnos... e a cena funérea...
maravilhoso soneto, amigo! sem mais.
beijos