
A poesia de outrora
Queria
a poesia de outrora
Talhada
na dor e na melancolia
E
ver de novo a alma como agora
Saudosa
da mortalha da alegria
Os
versos de antanho que bendiziam
O
amor das horas solitárias
Que
em minha alma morriam
Em
veladas noites funerárias
Não
é mais a poesia dor fremente
Monumento
de paixões temerárias
É
um motivo para compor tão somente
Mas
não tendo mais a dor pulsante em mim
Que
me animava a alma e a poesia
Morre-me
a saudade de amar sem fim!
(BAR)
Imersão
Quero uma imersão duradoura
A poesia de outrora caducou
Repleta antes de rimas e melancolia
Metricamente esculpida no ventre da alma
O encanto se esfacelou!
O espelho me lembra quem não sou mais
O jovem que em versos exaltava o amor
Erigia ao sofrimento templos de culto!
Porque dele se nutriam os versos
Quero uma imersão mais duradoura!
Uma comunhão de espíritos desconformados
Afinidade nas letras do descontentamento
Amantes da labuta do pensamento
E do romance que arrebata noites comuns!
Quero uma imersão mais duradoura!
Que outrora punha o mundo entre parênteses
Para só o amor ocupar-nos os pensamentos!
Quero uma imersão mais duradoura!
Porque viver à margem é atar a alma ao
desalento
Mas a margem é preferível quando o meio é
raso
Margeio as vivências superficiais como o
marinheiro
Que deseja navegar por águas profundas
Lá onde a imersão é possível
E o que nos espera não sabemos!
(BAR)
adorei o diálogo poético!
ResponderExcluiré, amigo, bem como observou... nós nunca somos os mesmos! e seguimos.
[nem de todo bom, tb não de ruim, né?]
beso