Arando o terreno
Sinto-me compelido a encetar este texto agradecendo a todos os meus seguidores, em especial, àqueles que me parecem mais assíduos e dedicados, enquanto leitores de minhas flores verbais (algumas das quais um tanto espinhosas), a saber, Zélia, Cláudia, Rose e Gizelda. Essas pessoas, embora distem de mim a muitos quilômetros, me parecem muito próximas afetiva e intelectualmente. A elas devo o contentamento da partilha de pensamentos e sentimentos verbalizados com lucidez, tolerância e desprovidos de qualquer forma de preconceito ou pré-conceito. As experiências verbais que compartilhamos foram fundamentais para que este blog, nascido há pouco mais de um ano, alcançasse a marca surpreendente de 9.028 visualizações (já superadas). Agradeço-lhes as inúmeras vezes em que se dispuseram a revisitar as páginas de minha alma.
Tendo já manifestado meu agradecimento, passo à apresentação das razões pelas quais trago a lume este texto. Peço-lhe, leitor, a sua paciência, porquanto terei de fazer alguns rodeios, antes de explicitar a minha verdadeira intenção ao compô-lo.
Quando decidi criar um blog, não tinha a intenção de angariar muitos leitores, não visava ao sucesso como blogueiro. Na verdade, o blog seria um veículo, um meio, um instrumento de divulgação de meus escritos – escritos que, dantes, ficaram reservados a uma gaveta ou armazenados em arquivos no computador. O blog surgia como um meio de eu me desafogar de minha solidão e de atenuar a minha depressão. Portanto, se, por um lado, não intentava alcançar algum status com a divulgação do blog; por outro lado, o blog resultava de uma necessidade vital: a de me fazer notar. Com o blog, rompi a espessa casca da depressão, abri clarões de luz na densa escuridão das noites de minha vida, que, então, havia sido lançada sobre mim pela solidão. Este blog sempre foi uma forma de expressão da liberdade de minha alma. Um grito intelectual, lírico e verbal de revolta. Hoje, sou um revoltado metafísico. Mas revolta não se confunde com disposição para a agressividade. Minha revolta é revolta intelectual, espiritual, emocional. Revolta é perturbar o status quo, o estabelecido e tudo que é consensualmente aceito sem qualquer questionamento. Revolta é a expressão da não-conformação, é a presença da voz de um inconformado vivendo numa sociedade de conformados e resignados.
O significado deste blog em minha vida – significado que, muita vez, questionei, por saber se tratar de um suporte tão passível de vulgarização e de absorção de trivialidades (lembro que o blog, inicialmente, era um gênero textual- para alguns, um suporte de gêneros textuais – definido como um diário eletrônico) pode ser compreendido na consideração da densidade lírica de meus textos, da sua diversidade temática e, sobretudo, da natureza das questões com as quais eu, através deles, me defronto. A leitura filosófica, decerto, contribuiu demais para refinar a qualidade de meus textos, para dar-lhes mais profundidade e consistência, de sorte que eles puderam cumprir satisfatoriamente, algumas vezes, os objetivos a que eram destinados. Não sou formado em filosofia e reconheço ser incapaz de me aprofundar no pensamento de muitos filósofos; mas sou um amante inveterado da linguagem, dos livros, da cultura livresca e, agora, da filosofia. Se tudo em que trabalhamos o fizermos com amor e paixão, temos grandes chances de fazer o melhor, pois que esse amor e paixão nos motivarão a proceder assim.
Não obstante a diversidade temática de meus textos, alguns temas são recorrentes. O AMOR está entre esses temas. Experienciá-lo de modo distinto e singular sempre foi uma busca obstinada a que me lancei, ao compor os meus textos. Por isso, lancei-me à empresa intelectual de discussão deste tema – uma discussão obstinada. Denunciei os modos vulgares de experiência amorosa, a liquidez dos vínculos afetivos humanos na modernidade líquida, a banalização do sexo e a reificação dos homens pelo imperativo do mercado do orgasmo.
Também foi constante, inicialmente, a expressão de minha religiosidade. Como disse alhures, nasci numa família de católicos. Além do batismo, recebi o sacramento da comunhão e da crisma. Por um longo período de minha vida, fui um frequentador assíduo das missas dominicais; minha fé em Jesus era, até então, inabalável; eu admirava aquele homem cuja inteligência me fascinava (de certo modo, ainda admiro esse personagem da literatura bíblica, mas não o considero dotado de alguma natureza divina; ele foi um homem, talvez um dos maiores homens da História, já que o que sabemos dele advém de outras mãos que escreveram muitos anos depois de sua passagem aqui na Terra).
Malgrado minha religiosidade, que me fora uma herança da primeira infância, cultivada, especialmente, no limiar da fase adulta, eu nunca aderi aos dogmas de minha religião. Nunca aceitei a proibição a pessoas divorciadas de receber a hóstia; sempre rejeitei a obsessão pela confissão (a confissão, no catolicismo, é a prática mais evidente de controle da vida psíquica dos seus seguidores; o padre desempenha aí o papel de um ditador espiritual, ele tem de estar a par de tudo que passa pela nossa mente; nada pode escapar-lhe; é claro que, dependendo do grau de comprometimento do fiel e de seu embotamento intelectual, ele poderá omitir pensamentos, sem temer a punição divina, consequência do “pecado”).
O conservadorismo das religiões, de um modo geral, sempre me incomodou. A estupidez e a ignorância eclesiástica em face das questões mais importantes da existência humana também estavam entre as coisas que me desagradavam. Durante um longo período, abandonei o hábito de ir à igreja (e reconheci quão entediante é assistir a uma missa!), mas mantive-me devoto à prática de oração e de conversação íntima com alguma “autoridade” que acreditava transcendente.
Sucedeu que minha maturidade intelectual e o convívio aturado com os livros e, consequentemente, o aumento de minha cultura livresca tornaram-se incompatíveis com a atitude de submissão intelectual, de aviltamento racional requerida pela religião. Percebi que, para seguir uma religião, era preciso abster-se de questionamento; basta ter fé sem pretender saber. Basta aceitar, sem querer entender. Quanto mais se procura entender tanto mais contradições, desvios racionais, despautérios e erros avultam do discurso religioso. Quanto mais se estuda a Bíblia tanto mais se apercebe de sua natureza humana. Mas a religião quer-nos fazer crer que fora um livro inspirado por Deus. Vá à fonte e constate por si mesmo, leitor, as contradições e as histórias monstruosas relatadas nos livros hebraicos. Tente investigar o que os autores bíblicos dizem sobre as razões do sofrimento no mundo. Ou leia o livro O problema com Deus, do qual falarei mais adiante.
Como eu reconheça o AMOR e o CONHECIMENTO como os dois maiores valores da vida humana, é claro que não poderia resignar-me à submissão de meu intelecto. Se ainda dependêssemos de curandeiros para nos livrar de nossas doenças, creio que grande parte da humanidade estaria extinta. Disso não se segue que eu acredite ser a ciência infalível; ao contrário do papa, a quem se outorga a infabilidade, em virtude de se cuidar “o primeiro ministro de Deus”, a ciência não reivindica inspiração divina; ela é feita por homens curiosos, dedicados ao empreendimento racional e experimental. A ciência lança os homens ao mundo, leva-os a confrontá-lo, a investigá-lo, a entendê-lo; ao contrário, a religião os lança ao imaginário, à alienação, pela criação de um universo fantasioso, transcendente e delirante. A ciência é produto da disposição humana para o conhecimento, resulta de sua curiosidade peculiar, porque só para os seres humanos a realidade constitui um problema. E tudo que constitui ‘problema’ deve ser pensado, discutido, examinado e compreendido.
Então, um dia, me permiti ler o que escreveram filósofos e estudiosos ateus. Cuidei que seria interessante saber o que eles tinham a dizer. Cuidei que essa atitude era nobre, admirável. Ora, eu admiro as pessoas que se dispõem a abandonar um dado conjunto de opiniões e crenças, caso se convençam de que esse conjunto não serve mais para explicar os fatos com os quais elas se vêem confrontadas. Só podemos abandonar nossas crenças mais arraigadas, incutidas em nós por força de um longo processo formativo de adestramento espiritual e cultural, se nos dispusermos ao confronto com o mundo, com a existência mesma dos homens. Abandonar uma religião exige de nós uma abertura para o mundo, uma sensibilidade mais aguçada para com as misérias deste mundo, para o absurdo constitutivo desta existência espiritual-material. É que a religião nos confina num universo de rituais e adestramento intelectual que nos aliena do mundo; na prática religiosa, buscamos o transcendente (o que está além deste mundo); fechamos os olhos da alma para a grande quantidade de sofrimento que grassa neste mundo e nos contentamos em dizer, com desonestidade (a meu ver), “é a vontade de Deus” (?).
E já que o peso maior recai sobre a incapacidade de a religião dar uma resposta satisfatória à pergunta: se Deus existe, por que há tanto sofrimento no mundo?, e já que esse foi o motivo determinante (embora não o único) para que eu assumisse meu ateísmo, conforme se verá na leitura de outros três textos seguintes, darei a saber ao leitor o que nos diz um dos maiores especialistas nos estudos bíblicos do mundo. O nome dele é Bart D. Ehrman, “uma autoridade nos estudos das origens do Cristianismo e da vida de Jesus Cristo”, e autor do livro O problema com Deus (2008). Ele é também Ph.D. em estudos do Novo Testamento. Neste livro, o autor investiga as respostas que a Bíblia dá ao sofrimento, para nos levar a ver as respostas que ela não dá a ele. Para o autor, as respostas da Bíblia são sempre insatisfatórias (e eu acrescentaria: perniciosas).
Interessa-nos a passagem em que o autor nos revela ter sido pastor e, portanto, um religioso devoto e praticante. Vejamos:
“(...) fui pastor de jovens de uma igreja evangélica. Quando me formei no seminário, fui convidado a assumir o púlpito da igreja batista enquanto eles procuravam um ministro em tempo integral. Assim, durante um ano fui pastor da igreja batista de Princeton, pregando nas manhãs de domingo, conduzindo grupos de oração e de estudo da Bíblia, visitando doentes no hospital e cumprindo meus deveres pastorais para com a comunidade”.
(p. 12)
Mais adiante, o autor vai nos revelar as razões pelas quais ele perdeu sua fé. Embora observe que os problemas encontrados na Bíblia, à medida que a estudava a fundo, não tenham sido o motivo principal do abandono de sua fé, conta-nos ele:
“(...) por uma série de razões que logo apresentarei, comecei a perder minha fé. Eu agora a perdi inteiramente. Não vou mais à igreja, não acredito mais, não mais me considero um cristão. O assunto deste livro é o porquê. (...) minha forte ligação com a Bíblia começou a desaparecer quanto mais a estudava. Comecei a perceber que em vez de uma revelação infalível de Deus, inspirada por suas próprias palavras (a visão que tinha no Moody Bible Institute), a Bíblia era um livro muito humano, com todas as marcas de que saíra de mãos humanas: discrepâncias, contradições, erros e pontos de vista diferentes de diferentes autores vivendo em épocas diferentes em diferentes países, escrevendo por diferentes motivos para diferentes públicos com diferentes necessidades. Mas não foram os problemas da Bíblia que me fizeram perder a fé.
(id. ibid.)
(grifo meu)
Ele nos dirá que as suas crenças evangélicas não resistiam ao “escrutínio crítico”, ou seja, quanto mais lia a Bíblia criticamente, menos religioso ficava. É interessante ver que o autor revela ter sido esse abandono bastante inquietante, conforme se lê abaixo:
“Finalmente, porém, me senti compelido a abandonar completamente o cristianismo. Isso não foi fácil. Pelo contrário, eu fui embora esperneando, querendo desesperadamente me aferrar à fé que conhecia desde a infância e da qual me tornara íntimo a partir da adolescência. Mas eu tinha chegado a um ponto em que não podia mais acreditar. É uma história muito longa, mas a versão reduzida é a seguinte (...)”
(p. 13)
A versão reduzida a que se refere o autor é então declarada nos seguintes termos:
“eu me dei conta de que não conseguia mais conciliar as alegações de fé com os fatos da vida. Em especial, não conseguia mais explicar como pode haver um Deus bom e todo-poderoso ativamente envolvido com este mundo, considerando-se o atual estado de coisas. Para muitas pessoas que habitam este planeta, a vida é uma cloaca de infelicidade e sofrimento. Eu cheguei a um ponto em que simplesmente não podia acreditar que há um Senhor bom e bem intencionado encarregado do mundo. Para mim, o problema do sofrimento se tornou o problema da fé”.
(id. ibid.)
(grifo meu)
Vale reiterar: é o problema do sofrimento que causa um grandioso abalo no alicerce da fé. Ainda hoje, nenhum filósofo, nenhum teólogo, nenhum religioso foi capaz de dar uma solução para este problema, de modo que sustentar a crença na existência de um ser que pode tudo (um ser onipotente) e que é incapaz de atenuar o sofrimento de milhares de pessoas em todo o mundo é, verdadeiramente, uma atitude desonesta. Esse problema foi brilhantemente desenvolvido no dilema apresentado por um filósofo grego (cujo nome me olvida agora). Esse dilema se expressa mais ou menos assim: Deus quer evitar o mal, mas não consegue, então ele é impotente; Deus pode evitar o mal, mas não o faz, então ele não é bom. Os dois raciocínios assim expressos contrariam a crença na existência de um Deus que é onipotente e, ao mesmo tempo, benevolente. A imagem de Deus, produto de uma construção discursiva deficiente, entra em conflito com os fatos da vida. E essa verdade se torna mais irreprochável, se considerarmos o fato de que estamos pensando a relação entre um ser criado pela imaginação, já que não é acessível empiricamente, e os fatos da vida, cuja concretude é inegável. Ou será que há alguém em sã consciência que nega a existência do mal e do sofrimento neste mundo?
Quero ainda referir duas passagens que, se lidas sem o peso de nossas crenças e opiniões religiosas enrijecidas em nossa consciência, mostrarão quão cegos e egoístas para o mundo ficamos no momento em que assumimos um compromisso com a crença em Deus. A primeira delas é um testemunho honesto do autor:
“(...) chegou um momento em minha vida em que descobri que simplesmente não podia mais agradecer a Deus por minha comida. E a ironia é que foi porque me dei conta (ou, pelo menos, passei a pensar) de que se estava agradecendo a Deus por me dar meu sustento, e reconhecendo que era alimentado não por causa de meus próprios esforços mas por causa de seu ato de generosidade para comigo isso implicava que eu estava dizendo algo sobre aqueles que não têm comida. Se tenho comida porque Deus a deu a mim, então outros não têm comida porque Deus escolheu não dar a eles? Ao agradecer, eu na verdade não estaria acusando Deus de negligência ou favoritismo? Se o que eu tenho é porque ele me deu, e quanto aos que estão morrendo de fome? Eu certamente não sou tão especial aos olhos do Todo-poderoso”.
(p. 116)
Ora, esse reconhecimento honesto do autor é suficiente para validar a ideia de que, para seguir uma religião, para acreditar na providência de um ser todo-poderoso, é preciso fechar os olhos para todo o sofrimento e todas as privações que acometem uma grande massa de pessoas ao redor do mundo e voltá-los para o nosso próprio umbigo. A justiça e bondade de Deus não deveriam ser extensivas a todas as pessoas que sofrem e são vítimas de injustiça? É certo que uns sejam privilegiados por Deus e outros não?
É curioso o fato de que o autor diz-nos ser agnóstico. Pelo menos até onde li (pois não terminei de ler o livro ainda), ele não admite ser ateu e nos revela: “eu não “sei” se existe um Deus; mas acho que se houver um, ele certamente não é aquele proclamado pela tradição judaico-cristã, aquele poderosa e ativamente envolvido com este mundo” (p. 13).
Outra passagem muito intrigante é a que se segue, em que nos conta sobre a religiosidade de sua esposa e sobre o desinteresse de pessoas inteligentes pelas questões mais proeminentes da vida:
“Hoje só vou à igreja em raras oportunidades, normalmente quando minha esposa, Sarah, insiste muito. Sarah é uma intelectual brilhante – destacada professora de literatura inglesa medieval na Universidade Duke – e cristã praticante, participando ativamente da igreja episcopal. Para ela, os problemas do sofrimento com os quais eu luto não são problemas. É engraçado como pessoas inteligentes e bem-intencionadas podem ver as coisas de formas tão distintas, mesmo nas questões mais fundamentais e importantes da vida”.
(id. ibid.)
(grifo meu)
Essa breve e superficial visita à obra de Ehrman, cuja leitura recomendo a todo aquele que resiste ao adestramento espiritual da religião, foi profícua, na medida em que fez ver ao leitor que os mais brilhantes propagadores das crenças religiosas podem recusar-se a prosseguir em seu trabalho e abandonar seus hábitos de doutrinação. Até mesmo os que, um dia, aferraram-se a um sistema ideológico amparada por crenças numa dimensão sagrada transcendente, podem dar voz à razão, dar ouvidos ao bom-senso. Isso me encoraja a assumir publicamente meu ateísmo. A assunção deste ateísmo não tem, contudo, pretensões militantes. É bem verdade que, para alguns autores, é urgente que se faça notar um ateísmo militante. Alguns, como Richard Dawkins, um dos mais renomados cientistas do mundo na atualidade, podem ser incluídos na classe dos ateus militantes, que participam de conferências internacionais e divulgam suas ideias ateístas a um grande público em programas de rádio e televisão.
Não cabe, ainda, discutir se o mundo seria menos pior sem religião, mas devemos reconhecer que muitas atrocidades poderiam ter sido evitadas, se os homens não se valessem de suas crenças religiosas para perpetrá-las e justificá-las. Em nome da religião, muitos homens assassinam, guerreiam, lançam bombas, destroem cidades, comunidades inteiras de inocentes, etc. Em nome da religião, moças são privadas do prazer sexual, quando tem seu clitóris submetido a infibulação; e meninos sofrem o constrangimento da circuncisão. Isso é prática corrente, ainda hoje, no islamismo e no judaísmo ortodoxo.
O terreno está, pois, assentado. Os textos que se seguem tratarão da temática do ateísmo. Expressarão uma nova estação espiritual, emocional e intelectual em minha vida. A crença em Deus pesava-me nas costas, assolava-me a consciência, agredia-me a alma. A crença em Deus abriu-me um abismo: um abismo entre mim e o mundo, entre mim e esta vida orgânica. Há algum tempo estabeleci a reconciliação entre mim e esta vida, com todas as suas tragédias e toda a sua aspereza. Descobri, finalmente, que o AMOR não vem de Deus – que é uma fantasia neurótica-, mas das pessoas de carne e osso que nos amparam, que cuidam de nós, que nos alimentam, nos vestem, nos educam, nos ensinam. Esse AMOR vem de nossos entes queridos (pais, avós, irmãos, tios) e dos amigos verdadeiros. Vem da mulher ou homem que amamos e que queremos para nossa(o) companheira(o) e amante por toda a vida! Esse AMOR vem da generosidade, da caridade, do altruísmo, da abnegação, da filantropia, da solidariedade de muitas pessoas que dedicam suas vidas à prática do Bem comum. Esse AMOR vem daqueles que, mesmo não podendo assistir os que mais necessitam, não prejudicam, não maltratam, não praticam maldade. O AMOR vem daqueles que negam o mal, o rejeitam, o abominam e valorizam a inocência, a candura, a beleza e a bondade virgem que se percebe na alma de um bebê. O AMOR vem daqueles que acreditam que o CONHECIMENTO é um bem muito valioso e que merece ser transmitido e perseguido. O AMOR está, em suma, encarnado, corporificado; é imanente a este mundo, embora aspire ao transcendente, à eternidade, embora não se confine na matéria e almeje sempre as infinitas dimensões da alma, embora trilhe os longos caminhos que nos levarão a desvendar (ou não?) o Grande Mistério da Vida. Até lá, que o AMOR seja nossa inspiração e conforto, seja nosso amparo e maior riqueza, e que o CONHECIMENTO nos seja a luz, a bússola que nos governa a alma, que nos faça capazes de ver para além do véu de nossa ignorância.