quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Poemas - Natal e outros

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Natal

Domingo. Na ara, baile de Arcanjos
Cálice, pátena, imagens sacras... (o padre)
A Deus, anfitrião, exultantes cânticos
Que louvam o fruto sacro da santa madre.

É Natal. Unidas as mãos, em silêncio santo
Oram os justos. Rogam os tementes
Entre todos, solitário, o poeta chora tanto!
Chora pelos infiéis e pelos ausentes

Sozinho... Reza pelos aflitos, pelos ingratos
Reza pelos esquecidos e pelos infamantes
Reza pelos altruístas e pelos humilhados

Tomada a alma de infinita piedade...
Reza pelas almas que padecem na Eternidade
Reza por todos quantos neste mundo são amantes.


(BAR)





Nossos destinos

Tão logo da madre brotaras – Pequenina!
Aos braços de outro destino foste levada
Pelo Vento! Em seu soprar, ó embalada!
No teu berço de ouro, sob a Luz Divina!

Teu destino – Um pai querido que te nutre!
Meu destino – Padrasto amigo que me pune!
Tu trazes em teus olhos de Deus a morada
      Eu sou como a figueira amaldiçoada!

Oh! Tu vives livre como as pombas do Éden!
Eu, na gaiola de paixões que não me esquecem
Tu és a Helena de Deus. Te inveja Nêmesis!
Eu sou como Prometeu: Sou dor que geme!

Oh! a que jardins, a que terras dás lume?
A que almas inebrias com teu perfume?
Oh! Teu destino suave brisa que me roça a face!
Ó destino: um sopro frio de amor que me arde!

(BAR)






Capital Amoroso

O Amor é um negócio
Os amantes negociantes
Genitálias mercadorias
Nossas noites um vende-compra
Vende-compra, vende-compra
Vende-compra, vende-compra...
Nossa cama um armazém de finanças
Depósito das jóias de minha virilidade

Hoje, a cama um entreposto
Cobiça de capitais estrangeiros
Política de mercado livre!

O amor inflacionado
Entre as pernas, uma tabuleta:
Oferta e Procura
Genitálias penhoradas
Dívida Externa!

Outrora o amor um ninho de –inhos...
Hoje, um quinhão pra banqueiros, deputados...
Um filão de –ismos, negociatas de capitalismo!

O amor administração alfandegária.


(BAR)






Descanso do espírito

Quando o pensamento dorme
As asas do sonho despertam
Uma estrela do Céu despe
As noites rubras, o véu celeste

Quando os olhos se rendem ao Reino
De Morfeu, abandonados a labirintos oníricos
E Nós, Meu Amor, somos como vinhos antigos
Vertidos dos lábios de matreiros Cupidos

És a Helena de coração alado
Cintilante, sobrevoando os átrios das virtudes
És Capitu, dissimulada de Machado
Ocultada pelas fúnebres sinfonias de alaúdes

Nos desvarios, nos delírios noturnos do seio
És o último Cisne dos crucificados
Que estão presos às amarguras do enleio
Dos sonhos fátuos e embalsamados.

(BAR)








Cobiça de Amor

Desfraldem-se velas de amores,
A caravela de sonhos e dores,
Navega por mares d’esperança
À vastidão do Oceano se lança

Ah! Ver em teus olhos o Apolo
Dos sonhos de juventude senil!
Ver-me repousado em teus olhos
        O berço de visões mil!

Ah! Ver-me no espelho de tenras emoções!
Donde o Céu anil se vê, como nuvens bailarinas
Anjos que se beijam embalam paixões!

Ah! Ver-me no teu olhar, mais belo!
Despontar na imensidão de tuas retinas
Eu! Tal qual os Bravos de Homero!

(BAR)


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