A caminho
(A uma amiga)
É tempo de juntar os trapos
Jogar fora os calhamaços
O amontoado de folhas vãs
Escritas a custo
É tempo de partir
Para lugares longínquos
Onde jamais estive
Onde preciso estar
Creio em meu destino
Como um devoto ao pé da cruz
O destino é a salvação
De mim mesma
Fujo para reencontrar-me
Para explicar-me
Enquanto parto
Detenho-me na certeza de que não posso
Delegar a outro o ser eu
Finjo ser possível reinventar
Este legado que é o fardo de ser
Ser
Ou
Não-ser?
Prefiro continuar sendo...
Sigo... em trânsito
A caminho...
À procura...
De um remédio
Que me cure
Desta enfermidade
De um indulto
Que atenue a condenação
A este encargo de ser
Do eu sou.
(BAR)
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